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NEUROCIRURGIA FUNCIONAL
Você sabe o que é Radiocirurgia? Não, não é um tipo de cirurgia. Na verdade, é uma técnica de radioterapia extremamente precisa criada por um neurocirurgião sueco, Dr. Lars Leksell, na década de 50 no Instituto Karolinska. Apesar de ser uma técnica de radioterapia, ele criou essa técnica para o tratamento de doenças neurológicas funcionais, como doenças psiquiátricas e distúrbios dos movimentos, por isso criou uma técnica tão precisa com a função de criar “lesões” através da radioterapia focal em regiões específicas do cérebro, assim como fazem os neurocirurgiões funcionais.
A Radiocirurgia é realizada com altas doses de radiação enquanto minimiza a exposição ou acometimento dos tecidos sadios ou estruturas importantes próximas da região alvo do tratamento. Inicialmente, a Radiocirurgia era sempre realizada num aparelho de raios gamma, o chamado “Gamma Knife”. Posteriormente, com a modernização dos aparelhos de Radioterapia e novas tecnologias, tornou-se possível o tratamento de algumas lesões por radiocirurgia também nos aceleradores lineares.
Atualmente, podemos tratar diversas doenças entre tumores malignos e benignos, além de malformações cerebrais e, a depender do equipamento e tecnologia disponíveis, algumas doenças funcionais, como algumas doenças psiquiátricas refratárias ao tratamento, alguns distúrbios do movimento e alguns casos de dor, como neuralgia trigeminal.
Quando não podemos fazer Radiocirurgia?
Algumas lesões são muito grandes ou próximas a regiões importantes do cérebro, como os nervos ópticos ou o tronco cerebral. Nesses casos, pode ser necessária a cirurgia convencional antes da Radiocirurgia ou mesmo realizar o tratamento em diversas frações para minimizar os efeitos colaterais da radioterapia. Nesses casos, utilizamos a Radioterapia Estereotáxica Fracionada, que é um tipo de Radiocirurgia, mas realizada em várias frações, utilizando a mesma tecnologia.
A Radiocirurgia causa dor?
A Radiocirurgia é um procedimento indolor quando realizado com máscara termoplástica para Estereotaxia. Em alguns equipamentos, ainda usamos o halo de Estereotaxia, para o qual precisamos de anestesia local ou uma leve sedação, havendo uma sensação de pressão. Esses equipamentos são necessários para que a pessoa e, principalmente, a região a ser tratada fiquem completamente imóveis. Crianças e pessoas com claustrofobia podem precisar de sedação. O procedimento em si não costuma causar dor ou sintomas, mas é importante que seu médico explique sobre o seu caso especificamente.
Como me sinto após o procedimento?
Após a Radiocirurgia ou a Radioterapia Estereotáxica Fracionada, a maioria das pessoas não tem qualquer efeito colateral. Com o passar das semanas e meses, a depender do seu diagnóstico e do tipo de tratamento, podem aparecer sintomas leves como dor de cabeça, pequenos pontos de queda de cabelo e irritação da pele. De qualquer modo, a realização de exame de imagem de controle e o acompanhamento com neurocirurgião são essenciais.
Quanto tempo fico no hospital?
Esse tipo de procedimento é realizado em regime de hospital-dia, o que significa que você não dormirá no hospital e irá para casa no mesmo dia. Caso seja feito em várias sessões, como na Radioterapia Estereotáxica Fracionada, você deverá ir todos os dias para o hospital e retornar para casa.